domingo, 28 de dezembro de 2008

e o coração na mão?


já sinto a falta que ela vai me fazer, assim ao alcance...
mas de uma coisa eu tenho certeza: tem pessoas que a distância não separa. tem amores que o tempo não diminui.
sem choro, nem vela. nem fiasco. 2009 tá aí. a vida tá aí.
let´s fight!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

faça de conta que não é meu


Fico pensando se esperas que eu faça o mesmo que sempre fiz e nesse círculo vicioso continuar sendo não mais do que fui.
Lamento chutares tão longe; quero, do contrário, virar o disco, trocar de roupa, dançar outra dança e,
Dizendo sim ao não, negar coisas óbvias pra ti.
E não me quero triste por, de repente, desistir do que nem tentei,
Não tenho paciência pro inesperado, eu sou mandona, eu sou entrona, meus pés estão sempre na porta.
Minha mão está sempre na maçaneta, pra entrar, pra sair, pra arrombar, pra fugir
E eu quase sempre giro sem medo...
Não há nada que você possa fazer de longe, não há nada de indireto que me sirva.
Não me cabe essa ceninha de sala de espera.
Descruzo as pernas,
Te desejo sorte.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Um, dois e tudo é olho de furacão.
A falta de limites que excita
É a mesma indiferença que aborrece
Mas é noite.
E nada mais é pouco intencional por aqui.
Não se engane:
A noite não quer ser dia, não...
A noite quer os devaneios que o dia não dá;
Possibilidades únicas,
Entrelaços múltiplos,
E vozes que nem reconhecemos mais
Motivadas por diálogos cênicos,
Gozos artísticos
E por mãos carentes de toda carne.

Um, dois e o dia se fez.
E no três, tudo começa outra vez...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

3X4 emoldurada


Pois é, sou alguém que requer
Espaço, tempo, energia.
Palavras, muitas palavras.
Não tenho vocação para estante,
Dê-me uma garagem ao menos...
Seu álbum de fotografia é pouco para mim
E seu coração pequeno também.

sábado, 1 de novembro de 2008

Tento rebuscar o sentimento de outrora
E não consigo,
Não te quero mais.
Imploro por lembranças, me enveneno,
Me machuco experimentalmente
Sem sucesso,
Não te quero mais.
Queria aquele poema magoado
Que ficou inacabado,
Interrompido de chorar
Mas não o encontro,
Não te quero mais.
É assombroso,
É quase dor esse vazio todo;
Por que sumiu? Onde guardei?
Não sei...
Já não te quero mais.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ABREU, Caio Fernando de.

"E hoje não. Que não me doa hoje o existir dos outros, que não me doa hoje pensar nessa coisa puída de todos os dias, que não me comovam os olhos alheios e a infinita pobreza dos gestos com que cada um tenta salvar o outro deste barco furado. Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda."

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PoSoLoGiA

Eu gosto do que PARA MIM, é inevitavelmente gostável
Não gosto porque me gostam,
Não sei montar paisagem,
Criar mundo.
Se páro ou sigo é o que eu posso
E se faço é porque gosto.
Não sou Cazuza:
Não gosto de amor inventado
Nem por carência, nem por distração.
Não gosto de disfarces pra o mundo me olhar
Nem de nada que é pra bonito
Se o que eu tenho é riso ou choro
O que eu te der vai ser puro, sempre.
Não gosto de trabalhar sentimentos,
De ver dor no que era belo,
De ver mágoa no que era amor
Fica sempre o que foi bonito
E o resto eu deixo na janela pro vento levar
Não importa em quantas viagens,
Não importa em quanto tempo.
Eu gosto do que é paixão
Do que é aberto e livre
Não gosto do vacilo,
Vacilo é raciocínio
E no raciocínio não há paixão.
Não gosto de frestas de portas,
De pé por pé...
Eu gosto do que toma conta,
Do que é invasivo, viciante...
Do que é entrega.
Gosto do que me tem não mão
E "migalhas dormidas do teu pão",
Obrigado, NÃO!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

FRACASSO INFALÍVEL


Abra sua porta e entregue primeiro seu corpo ao descaso do mundo, abandone-se.
Meio caminho andado.
Em seguida, atire seus sonhos um a um ao vento e sinta-os sair de suas mãos.
Sinta medo, seus maiores medos. Encha-se deles e deixe-se vencer.
Não lute, afinal, o que é nossa dor para o restante do mundo?
Gritamos em uma sala vazia, onde os gritos ecoam e tornam-se insuportavelmente altos
Apenas para nós.
Resmungue apenas.
Não satisfeito com a dor, ainda precisa que o lembrem como aquele que não soube viver o mundo?
Contente-se, contenha-se.
Pois o que é a vida senão a segurança das coisas efêmeras, construídas, impregnadas à perecível matéria?
Morra, dia após dia. Vivo mesmo.
E renascendo, torne a morrer porque a vida é breve mesmo como essa brisa que seca as roupas no varal.
Compareça ao seu velório, se possível. Apresente-se à amiga Morte e veja-se por entre flores, velando seu corpo.
Mas não chore, não minta...
Não queira mais a si mesmo; jogue-se fora.
Depois, junte-se e dê-se de presente ao seu maior inimigo
Para que ele jamais tenha paz de você.
Entregue-se a um amor fracassado,
Desapareça em meio à sua sombra,
Respire dele o mais fundo que puder;
Iluda-se.
Escreva em linhas tortas e letras feias
A sua história mais vergonhosa,
Engasgue-se com seu veneno
Com o fogo inda não cuspido,
Com o escrárnio inda não dido.
Prostitua teu coração ali na esquina
Dê ou venda-o, já que lhe pertence
E fede e arde das paixões que matas e guardas.

Atire-se do abismo mais alto e deixe seu peito - aberto - ir rasgando-se inteiro.
Caia
E não se levante até o coice derradeiro.

[velharia: eu ainda era menor de idade quando escrevi]

domingo, 14 de setembro de 2008

"Se por acaso eu morrer do coração
É sinal que amei demais
Mas enquanto estou viva
Cheia de graça
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz."

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Caio Fernando de Abreu

"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso. A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

deserto

É natural que, de repente, eu tenha esquecido o que procurava?
E se perdi alguma coisa no caminho que não me faz falta?
Um eco, um vento,
Uma febre imbecil.

Deveria voltar pra buscar???
.
.
.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Clandestina

Neste caso, me detenho a ficar mesmo na versão não-autorizada...
Alguém disse, ninguém viu, quase todo mundo duvida.
Deixo ao acaso um novo encaixe, uma volta à beira;
Deixo em teus ouvidos novas palavras,
Devolva-me as velhas,
Deixe-me para trás.
E não me faça perguntas,
Não é à toa que me calo;
Eu quero o alívio de ser tola,
Um novo olhar, um mundo estranho,
Descobrir verdade qualquer desnecessária
E não ter quase medo algum.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

uNpLuGgEd

Eu bloqueio,
Tu bloqueias
Todos bloqueiam
Coisas aqui, acolá,
De um jeito ou outro
No limpo, no sujo.
O mundo todo está online
E eu sem a menor vontade de estar
Não quero café
Não quero boteco
Não quero champagne, meu bem.
Tô sem tempo pra você.
Tô tentando falar baixo,
Tô tentando lentos passos.
Não me perceba,
Não me julgue,
Eu não te odeio,
Eu nem odeio,
Porque nem sei.

Me deixa cá, me dê um tempo...
Quero comida boa,
Caminha quente
E nada de gente!

domingo, 3 de agosto de 2008

Retribuo bonitas palavras com todo meu rancor
Rancor por coisas que não te pertencem
Velha lei da compensação:
Abaixo ao prejuízo...alguém tem que pagar por isso!
Me deste asas de borboletas multicores
E te devolvo um pouso baixo, medroso
E a fácil captura que só a covardia permitiria...
É que o mundo é repugnante às vezes
E os desejos irritantes que nos habitam,
Acredite em mim, passam.
E há um milhão de outras opções
Sem que ninguém precise enlouquecer.

E é preciso tempo demais até que
Algum entendimento seja possível;
Criam-se rugas, as paredes mudam de cor,
Mas continuamos jovens e as roupas ainda nos servem
E eu até penso em mudar lá pelas tantas
Dividir o vinho, quem sabe...?
Um bom começo!
E só a vida que me deixa assim exausta...
Não me preocupo tanto assim.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

MRUV

Um turbilhão de palavras por dizer,
Uns passos falsos a seguir meu próprio rastro, juntando pistas.
Um silêncio incômodo entre apagar a luz e ir embora,
Uma porta entreaberta depois de batida,
Um escapar de luz na soberania do escuro,
A força do passo
Sempre honesto, sempre burro
E a indecisão entre o livro, a garrafa e o Rock.
Riso bobo,
Face rosa,
Um novo desejo
Que também não me convém.
Um pisar cuidadoso num assoalho que geme,
Trabalho dobrado,
Esforço à toa,
Sorriso gasto,
Cérebro frito,
Mãos assanhadas,
Pernas fugidias
E minha boca vai calar isso tudo num beijo infantil.
Tola
Como sempre, como todas...
Nem todas as cartas de amor valem a pena,
Algumas fotografias não serão jogadas fora,
Outras muitas serão engavetadas e irão feder feito um bicho morto.
Um gosto doce que acaba,
Uma mordida de maçã
E sendo assim já tão bizarro o convívio comigo mesma,
Tu vês,
Faço pose de medalha no peito vitorioso
De quem nem sabe jogar.

domingo, 6 de julho de 2008

OUTRAS HISTÓRIAS

A história que fica suspensa entre o que aconteceu e o que poderia ter sido,
Do que é indefinido, inacabado ou que é desfeito.
A história de quando se perde o fio da meada,
A rima, o traço, o passo,
De quando se perde a compostura.
A história de quando já não temos mais lugar dentro da normalidade,
Dentro do que o sofrer permite.
Essa história que fica pelos ares, querendo ser contada,
Que quer ser apagada ou recomeçada
Como uma forma de certeza, quem sabe.
A história que é feita de pedaços de fatos,
De cortes de falas,
De pares de versos
Onde ela própria jamais caberá...

Essa história vai se esvaindo,
Não como mágica, como encanto.
Ela vai simplesmente se cansando
E já não quer ser contada de novo,
Vivida de novo.
Ela não quer, simplesmente não quer...
Caber dentro de outra história,
Dar passo para outro caminho
Que terminar em sua estrada.
Ela não quer, simplesmente não quer...

E tudo que é dor, que é rancor
Ou mesmo brilho que seja dela,
Que fique nela e somente nela...
Que não fuja por entre frestas de portas,
Por entre soluços.
Que fique ali no seu lugar, como em uma vitrine:
Ao alcance dos olhos mas impedida de entrar em outras histórias.

(escrito em fevereiro de 2007 e eu faço minhas as minhas próprias palavras, sem tirar nem pôr)

sábado, 24 de maio de 2008

"Mentira também é uma verdade, só que sonsa e meio nervosa. Minta quem puder, e com paz de espírito. Porque a verdade exige longa escadaria a subir como se eu fosse uma condenada a nunca parar. Estou cansada e é por isso também que falo baixo - é para não me ofender."

(LISPECTOR, Clarice)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

deselegante à beça

nada legal ser uma pessoa-vidro,
porque além de quebrar, posso ferir gravemente.

mas antes matéria do que forma,
prefiro o necessário ao belo de ser dito
e, na ponta dos pés, atravesso essa linha
que divide a verdade
da minha total falta de delicadeza.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Deselegante

Não desvia teus olhos dos meus,
Tonteio.
Não desencaixa teu corpo do meu,
Destoa.
Do ambiente todo, dos ares pálidos.

Não me desencante no silêncio,
Que já me finca tua pura liberdade.
Não me cala o coração,
Que eu desafino.
Tino já não tenho
E a tua lucidez me afronta,
Me despe.

Não te rias das palavras
Que te dou.
Nem das vitrais emoções d0 clarão
Que trago no rosto.

Escondo num sorriso inseguro
Que meu calcanhar de aquiles é teu gosto.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

No caminho para o quarto

Calei-te a boca mentirosa
Com um beijo de verdades;
Mandaste que eu escrevesse
Sobre aquilo em que não creio
E me pergunto:
Por que tiraria minhas honrarias
De franqueza
Escrevendo sobre tuas mentirosas frases?

Seria eu mais uma "poeta-fingidor"
Ou será verdade o que tua boca me segreda?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Português IV

Deixa a vida ser assim descompassada
Não me canse os tímpanos nem as artérias
Deixa-me cá com meus movimentos marcias
E pensamentos marcianos
Sobre a morte do que não tenho.
Deixa o mundo e o Sol lá fora
Ser um problema de outro Deus
Ao qual eu eventualmente também possa pertencer
Por segurança
Deixa eu ligar o mute pras vozes internas
Para os cansaços alheios
E para os problemas de marca maior
Por hora
Que em troca, deixo meu coração aberto feito alvo
E pronto [de novo] para ser Senhor absoluto de tudo
Com um Grand Finalle, de Abre-Alas
Olha: faço algum sentido de trás pra diante!

Brigas já não me importam
O tempo já não me basta
E esse retro-projetor aí na frente me dá um sono...

sexta-feira, 14 de março de 2008

Tu não decifras sequer meus segredos mais clichês, desses já contados em alguma canção de amor. Enquanto alimentas teu medo, eu tenho é essa pressa sofrida de viver e vou vivendo assim, toda errada, barulhenta. Diz-me pra não gritar, pra não te ofender e nem sei mesmo por que insisto nessa briga inútil; é como se eu quisesse que as paredes se partissem e que o Sol, enfim, te despertasse para o óbvio!
Ergues-me os olhos em fúria, me calo pensando ter sido ouvida, ter causado efeito, que nada: continuas surdo e impaciente demais pra pensar. Nada acontece. Quase fico rouca, quase caio e sigo redundante, falando um grego que nem grego entende.
Então, sem psicologia nenhuma, sem podas, me despeço com saudações de capitão, te velo rindo de canto, rindo de mim...
Pra que ficar sorrindo à toa
Se a tristeza é o bonito da pessoa?
É sinal, bom sinal
De que ela vive e vê
Que o mundo arde em chamas
Enquanto ela sorri
Para as visitas,
Para os clientes,
Para os inimigos.

Ora, respeite a minha carranca!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A conta, por favor!

(Passei da hora...me manda a conta antes que eu saia do boteco trocando as pernas e sem pagar. Cada um com seus problemas, me deixa!)

Vamo embora daqui, hein? Vou contigo. Me abraça. Quero teu ombro, teu cheiro bom, tuas verdades, me xinga, me chama de idiota, pode ser no ônibus dessa vez. Manda eu acordar pra vida, e outras coisas igualmente adequadas. Me empresta livros, filmes...me chama pra conversar e me diz que ainda me ama, que eu sou boba. Me indica uma cartomante, me fala sobre meu signo, me dá uma receita de bolo, canta pra mim...dança que nem louca na cozinha, me dá um presente que fique bonito em mim...minta que eu sou linda. Não conte a ninguém...
Me conta sobre a vida de alguém, algum problema de verdade, leia uma poesia...lembre de alguma minha que eu tenha te dado...distraia meu olhar. Me lembra de uma música antiga.
Me manda aquelas fotos, lembra (e ri) daquele meu tombo...me lembra das outras inúmeras vezes em que fui imprudente, permissiva...me mostra as farpas que me arranharam o peito e me deixaram assim. Aciona o alarme, um dia eu ouço...
Porque meu coração é míope, entenda...e o mundo só faz me assustar (firmamento, espelho ou trovão).

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

E tem! 30 de janeiro, ontem, agora pouco...

"Saudade: substantivo feminino - Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las; nostalgia. Saudade na solidão, na penumbra do amanhecer.Via você na noite, nas estrelas, nos planetas, nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.Via você no ontem , no hoje, no amanhã...Mas não via você no momento.Que saudade..."
(Quintana - grande Quintana!)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Ai, por gentileza, toca aquela música....aquela música, bem sabes....
Que me esfaqueia a alma, que me traduz o vazio...
A música aquela que me faz chorar.

Toca aquela que me atira na cama e me faz chorar feito criança perdida dos pais
Feito choro de enterro
Feito quem não tem saída...
Que nesses tempos de mulher, me falta a humildade de ser fraca e chorar
Me falta a infantilidade do desespero...

Não me alegre, não quero disfarces...
Não intua meus motivos, não perturbe minha tristeza
Não me distraia da minha vontade de chorar
Que até para isso há de se ter concentração nessa vida...

Daqui a pouco vem...deixa-me quieta, que daqui a pouco vem...