segunda-feira, 29 de março de 2010

ouvindo lady linn

supondo que há milhares de dias nesse outono,
supondo que serão dezenas de chegadas e outras dezenas de partidas,
supondo que sim ou não são relativos e que num dia qualquer de chuva ou de frio
o assunto será silêncio.
um cigarro. um vinho. uma mesa, nem isso: companhias.
enquanto não chegas.
enquanto o que tenho, não [me] chega.
papel, caneta: defesas.
penso que me esperas, recostado. um sorriso de lado.

e supondo as milhares de outras noites que virão,
eu digo não.

sábado, 27 de março de 2010

...e as pessoas interessantes - que sempre acreditei que não 'davam em árvore' - agora me caem feito goiabas, a dois centímetros do pé.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cortázar

"(...) Não por ela, mas por tudo que pudesse sentir. Não se importava muito com o que ela pudesse sentir, desde que disfarçasse. (Não se importava muito com o que ela pudesse sentir, desde que disfarçasse?) Não, não se importava muito. (Não se importava?) Mas a primeira verdade, supondo que houvesse outras por trás, a verdade mais imediata por assim dizer, era que se importava com a cara que Laura faria, com a atitude de Laura. E se importava consigo mesmo, é claro, pelo efeito que provocaria nele a forma como Laura se importaria (...)"

(CORTÁZAR, Julio. As Armas Secretas)