quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A conta, por favor!

(Passei da hora...me manda a conta antes que eu saia do boteco trocando as pernas e sem pagar. Cada um com seus problemas, me deixa!)

Vamo embora daqui, hein? Vou contigo. Me abraça. Quero teu ombro, teu cheiro bom, tuas verdades, me xinga, me chama de idiota, pode ser no ônibus dessa vez. Manda eu acordar pra vida, e outras coisas igualmente adequadas. Me empresta livros, filmes...me chama pra conversar e me diz que ainda me ama, que eu sou boba. Me indica uma cartomante, me fala sobre meu signo, me dá uma receita de bolo, canta pra mim...dança que nem louca na cozinha, me dá um presente que fique bonito em mim...minta que eu sou linda. Não conte a ninguém...
Me conta sobre a vida de alguém, algum problema de verdade, leia uma poesia...lembre de alguma minha que eu tenha te dado...distraia meu olhar. Me lembra de uma música antiga.
Me manda aquelas fotos, lembra (e ri) daquele meu tombo...me lembra das outras inúmeras vezes em que fui imprudente, permissiva...me mostra as farpas que me arranharam o peito e me deixaram assim. Aciona o alarme, um dia eu ouço...
Porque meu coração é míope, entenda...e o mundo só faz me assustar (firmamento, espelho ou trovão).