segunda-feira, 30 de julho de 2007

Aqui vou eu de novo com esse meu falso arrependimento
Por não saber evitar a repetição de um velho erro
Mas quem sabe o que são erros...?
Você...? Ora, nem tente.
Por isso fico assim, teatral e me torturo com ofensas absurdas
Como se quisesse o diferente a isso.
Negação,
Defesa,
Teoria,
Fuga,
Tudo muito teatral.
Descalça num solo que arde,
Provando do que será mesmo só prova...quem sabe?
Tenho dó de mim às vezes,
Por me deixar ferir assim em pedra, espinho,
Por objeto decorativo das paisagens do impossível que sou
Como se eu fosse a mãe zeloza e também a criança frágil.
Não sei até que ponto isso é ruim.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

As palavras não ditas

Odeio o revés das palavras que ficaram pairando entre nós;
Horrível é o gosto delas voltando boca adentro, porque elas já voltam frias, fracas...
Não quero de volta nem o que pensei em te dizer,
Só me vale o que de inédito um desejo pode ser.
As palavras desperdiçadas preferem a indigência de um banco de praça do que a volta arrependida para a alma vasta.

A Voz

Resisto à essa voz que me vem aos ouvidos tentar ressussitar essa parte-nada que tenho.
Pedaço meu de muito pensar, pouco fazer, medo de tudo.
A voz então me vem gritar, já que desse ângulo pareço morta.
Ela quer me falar de paraíso. Resisto
Por projeto de pessoa que sou.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Era para ser segredo

Como uma confissão que se torna necessária sabe-se lá porque. Dada à latência de um sentimento pós-novo ou à angústia do que é antigo e ameaçador.
Uma idiotice, mas eu nunca tinha percebido como os teus olhos são bonitos.
Uma noite sem promessas de um presente bom,
Sem a exposição empolgante, instigante ao ainda nem visto.
Uma noite qualquer, de um sono qualquer, de um livro qualquer,
De um repouso anti-madrugada, a nada.
Nem divertida, nem triste. Solitária noite, só... Falta de faltas,
Sem muitas perturbações aos meus ouvidos de eco.
Sinto uma felicidade infantil por não estar na rua,
Poder tirar os brincos, apagar a luminária e sonhar.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Eu falo coisas que me cantam aos ouvidos,
Não sei a que ponto instinto,
A que ponto ânsia,
A que ponto sede.
Cedo como se fosses a praia
De quem ficou à deriva,
Como se nada houvesse ao redor,
Esses coloridos todos.
Não entendes o que falo,
Não ligo,
Não há de dar certo mesmo.
Eu cultivo o desapego,
Te dando o que ainda é meu,
O que é meu domínio.
Presto atenção aos teus detalhes mais bestas
E descubro paisagens com as mãos.
Minhas mãos em ti:
Me parece um retrato perfeito
Para um início de fim.