segunda-feira, 26 de novembro de 2012

tão dezembro

Cheguei cansada, ofereci minha conversa fiada pra quem estivesse em casa - e não num bar - e pudesse me curar a dor de cabeça com risadas. Ainda bem que não me retornaram, porque dormi tanto que até sonhei. Acordei agora, com frio, com fome e uma dor no ombro. Não tem água gelada. Tem só um sms bonito, uma caixa de entrada feia, digo, cheia!
Nessas dormidas fora de hora, sinto como se caísse meu disjuntor, como se fechasse a bilheteria, como se eu pudesse ter um instante de lucidez e dissesse não pra um monte de coisa. Não dura muito e fica sempre essa sensação de que mais acordo do que durmo. 
Então eu vou ouvindo Caetano, vou lendo atrasados, escrevendo bobagem. Pensando a vida de um jeito tão dezembro.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Perder o sono, desengavetar músicas que doem uma dor boa, esticar a mão até a poesia da cabeceira, descer da cama, subir a ceva e a persiana.
Essa é de se ouvir com a cabeça para os pés da cama e os pés na janela, olhando para o céu, mesmo que o céu tenha sumido atrás daquela luz cegante do poste, que iluminaria o bairro inteiro, se o bairro inteiro ficasse na mesma altura da minha janela.





domingo, 18 de novembro de 2012

o que se aprende errando


O tempo tem um poder incrível, que talvez seja só dele, de curar tudo o que é dor e só deixar o que presta.
Esse tal poder nos falta. A gente fica remoendo as coisas, faz todo o processo, dá uma volta por fora e foge do que dói. Foge de dar explicações. Foge de ter que ver no outro um olhar de saudade que não é só pra gente. Não é mesmo muito fácil de entender.
E é curioso que, tentando nos afastar das comparações e das lembranças de uma história que incomoda, a gente chegue tão perto de cair no mesmo erro.
A gente se dá conta antes e vai ver que abraço e choro é só pra quem sentiu saudade e é nos olhos que se sente. Nos vimos uns aos outros.
Contra o tempo que não volta, só temos o tempo que existe e voltar é quase como não ter partido.
Abertas em braços, sorrisos e nada mais.