quarta-feira, 6 de junho de 2012

AMIGO TEMPO


Eu ando devagar, eu sigo andando
Eu dou a vez, para carros passarem
Eu dou licença aos que não pedem
Eu espero, aperto o botão e espero o sinal abrir.
Eu tenho a paciência de quem não sabe se vai,
Mas vai.
De quem tem um carnaval pela frente,
Mas depois
Eu tenho a calma de quem respira e sente,
A calma de um mundo nas mãos
E sigo adiante,
E  ando na ponta dos pés para não assustar a surpresa
Que me espera
Ali.
Para não afugentar a peixes e pássaros.
Eu guardo pedras e alimentos,
Eu guardo pessoas e a poesias
Eu guardo a melodia das canções onde não entro
Eu guardo as memórias,
E reconheço o valor.
Eu reconstruo, recorto e colo
Experimento de novo o que não serve
E jogo fora.
Eu mudo os lugares pra onde correr
E para quem.
Eu invento, eu espero, eu to firme, 
Eu desisto.
Eu vou na carona do tempo,
Eu danço os dias e as noites
Eu durmo pra vida, dou um tempo pra ela
Mas eu acordo, me espera.