quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Coisa pouca...tstststs

Não gosto de pouco
Ando sem tempo pro pouco
Odeio o pouco
Gosto é do muito
Do muito que me toma o pouco
O pouco tempo
A pouca sorte
O pouco espaço
Do muito que me enreda as pernas
Que me prende asganha
Que me fala alto, não cochicha
Serenata
Mesa farta
Cantar bêbada
Rir deitada
Eu gosto é de muito
Muito para o qual a cama, a casa, o mundo
Sejam - estes sim - pouco. Muito pouco.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A [DES]ORDEM DAS COISAS

[A gente faz. Depois pensa. Depois faz de novo. E o que há de errado com o (suposto) erro? O erro, de quando em vez, quer acertar, quer ser direitinho, ora. É um passo certo que, se perde o tempo, dança no eco, atônito. É muito mais simples do que eu pinto. Tá tudo bem, me disseram.]

E acaso a culpa foi minha? Me apertaste num abraço que deixou marcas. Não é que eu não tivesse erguido a cara inteira pro teu beijo; não tivesse induzido, nem reagido. Nadei a favor e tu me dizendo pra esquecer do mundo...(como se eu ainda lembrasse do mundo naquela hora).
Tu me pegas pra ti como se tivéssemos nascido ontem, assim inocentes, inéditos. Eu me assombro com o muito que sei, num mundo em que as pessoas querem mais é saber, vasculhar o passado, limitar os olhares, ler as linhas da mão. Eu queria mesmo era um tu novinho, da prateleira. E ao mesmo tempo não.
Um tu diferente e ao mesmo tempo assim, desse seu jeito absurdo. E daquele outro jeito que já vi. Em tanto tempo, fui montando um mapa que não sei aonde leva. Não queria mapa, porra! Queria o tato.
Não me envolvas em teus enredos, não faz de conta que não sabe porque não posso ficar. O dia amanhece e tudo não te parece diferente (NÃO! te ouço responder daqui). Mas tu me vence e não no cansaço, mas no olhar raso de quem mente dizendo a verdade. De quem é porta-estandarte de sensações ruidosas, palpáveis, numerosas que sequer sabe levar adiante. Por que mentes? Por que tentas me provar o que não podes?
A gente que queria tanto o novo, o instante, o cheiro do presente, avessamente desencavamos uma história quase fábula de longe, muito longe. Dum tempo que era outro. E foi exatamente igual, tenho que rir. Deixa-me rir.
Te deixei me encantar com teus lençóis de verdades bem claras, bem vivas. O Sol não bateu, porque era chuva o que era pra ser naquele dia. Um dia sem fim.
Cabeça erguida, passo firme, te convenço do que me era muito claro. Questão resolvida, pedra no assunto, eu te disse. Morreu. Ai, digníssima eu. A sensatez é uma armadilha cruel.
Mas juro que achei que o assunto estava de fato resolvido. Que nada! Eu lá sou mulher de esconder sujeira pra baixo do tapete? Não mesmo.
E já que o assunto não tá resolvido, me passa os temperos e vem cá que vou te comer a generosas garfadas. Tenho fome. Que faço eu com esse mapa na mão, ora???