domingo, 28 de outubro de 2012

quarto

Dormindo de favor, num "naco" de cama porque no resto dela tem livros, fotos, papéis e canetas que mancham todo o lençol. Tem também um par de sapatos novos e uma mala semi-desfeita [a minha vontade de continuar partindo e o corpo-mole pra voltar].
O notebook e a luminária estão no chão, porque na escrivaninha só tem roupas, porque roupa é a última coisa que tem na arara, onde há um misto de tudo.
É pelo chão também que se forma uma suruba de sapatos, uns separados de seus pares, outros formando trios, baixos, altos, tênis, chinelos...
E no criado-mudo o que vejo são tampas de garrafa, bolachas para o copo - que o acompanham, sempre ao lado, nunca embaixo - grampos de cabelo e uma foto de infância sentada em que estou sentada em uma prancha de isopor.
Mas esse é meu quarto. E isso tudo sou eu.
Eu passo por debaixo da porta, peço licença, me encolho, me divido, deito por cima.
Não vou correr ninguém daqui.