quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

quer queira, quer não.

Guarde-me em seu envelope mais antigo e feche-me em sua gaveta de lembranças
Não tem problema:
Eu me basto e - não negando a água que sou - eu verto.
E vazo por entre as tuas mais respeitosas lembranças,
Invadindo os lugares que sempre foram meus,
Não preciso das chaves.
Guarde-me dentro de um livro nunca lido, um livro de visitas
Não ligo.
Eu danço com as palavras e me materializo nelas.
Liberto a nós todas.
Agradeça meu afeto,
Mas não há de que.
Ele é meu, é de aluguel
É inquilino em teu corpo.
Eu me pertenço e é comigo que convivo
E me são indigestas as minhas palavras,
Precisam sair, não entrar...
Mas não há de ser nada.
Me esqueça, tão logo possível
Para que eu tenha o prazer de reaparecer
Quer você queira, quer não.