domingo, 6 de maio de 2007

Chuveiro quente,
Pensar vazio.
Andar por essa casa é como a espera na estação;
Viver essa vida é como estar empoeirada em uma estante;
Estar aqui, inteira, é uma traição,
Mas a quem estou traindo?
Eu quero cair fora dessa pele,
Dessa casa,
Desse cargo,
Desse espaço,
Dessa rua.
Que vão-se os anéis e os dedos,
Se novos tiver.
Quero todos os renascimentos,
Todos os recomeços
E não quero mais esse nome,
Essa casca.
Lê-me, tira-me dessa estante;
Leva-me para perto da desordem do que é vida.

Um comentário:

Grazia e Rodrigo em Israel! disse...

Ana!!! Já senti exatamente isso, mas nunca conseguiria descrever de uma forma tão linda!! Grazia